Mateus Vicente de Oliveira,(1706-1785) cuja vida e obra tenho estudado há algum e considero fascinante.
Ilustre arquitecto ; nasceu em Barcarena, concelho de Oeiras, sendo o pai natural do lugar de Sacotes, freguesia de São Pedro de Penaferrim, concelho de Sintra, progenitora veio ao mundo em Barcarena.
Os avós paternos, naturais ele do lugar da Tojeira, freguesia de São João das Lampas, ela freguesia de Nossa Senhora de Belém de Rio de Mouro, tudo concelho de Sintra. Não cito os avós maternos de quem sei nomes e naturalidade para não tornar fastidioso relato.
Mateus Vicente, passou a maior parte do tempo de infância inicio da adolescência na companhia dos avós em Sacotes, nunca perdendo ligação a Barcarena.
Em Sacotes esteve até os 17 , 18 anos, onde por certo teria aprendido mister da ourivesaria, ainda hoje na localidade deparamos com a rua dos Ourives, depois decidindo trabalhar nas obras do Convento de Mafra na direta dependeria do arquitecto mor, João Frederico Ludovice.
Este facto ficou dever-se, Mateus Vicente, ter aptidão excepcional para canteiro, ao mesmo tempo demonstrar ser artífice excelente na arte da ourivesaria. Ludovice, considerava indispensável conhecimento de ourives, para ser bom mestre na tarefa de aparelhar a pedra.
Ludovice, pessoa difícil de aturar pelo seu temperamento irascível, Mateus Vicente talvez porque era ourives tinha paciência para lidar com o alemão.
Mateus Vicente de Oliveira, já arquitecto viria a projectar e dirigir as obras do palácio de Queluz, Basílica da Estrela, igreja de Santo António em Lisboa. Na região saloia são de seu risco a reabilitação da Igreja de São Martinho de Sintra, a minha muito querida Basilica de Santa Quitéria de Meca, concelho de Alenquer, chafariz de Arruda dos Vinhos... Fora da área da capital trabalhou no Mosteiro de Lorvão e Sé de Braga, entre muitos outros,
Actualmente considerado o maior ourives do período do barroco Português, sendo autor da custódia do Palácio da Bemposta , resplendor do Senhor Santo Cristo nos Açores,custódias da capela da Universidade de Coimbra, do Mosteiro de Lorvão, Sé Patriarcal de Lisboa, e do Mosteiro de São Vicente de Fora.
O escultor Francisco dos Santos, glória da estatuária em Portugal nasceu em Rio de Mouro, onde havia nascido também , sua mãe, pai era natural da freguesia de São João das Lampas.
Em Rio de Mouro existiu no século XVIII, uma comunidades de ourives da prata , mais tarde passaram para Évora
Coincidências , ou prova no território dito saloio existiu gente com talento inato para as profissões de trabalhar a pedra e a prata, antes ainda da escola de Mafra, surgida para construção do convento ?.
Não posso deslocar-me livremente para onde quero, devo estar em casa cumprindo a norma. Hoje está dia de invernia com avisos, amarelos, e de outras cores.
Mar agitado, vento, e chuva a cântaros, lembrei, sitio em outras ocasiões, quando meteorologia, apresentava identico quadro, costumo visitar, para observar torrente de agua esbranquiçada, que ao despenhar-se do alto morro calcário onde assenta a povoação de Sacotes, freguesia de Algueirão Mem-Martins. proporciona paisagem encantadora.
Agua de nascente perene, no Verão desaparece nas fendas da penedia;outrora alimentava o pantanoso algueirão, dos terrenos da granja do Marques, ao longo dos anos drenados por extensas valas de escoamento, que engrossam caudal da ribeira da Cabrela, rolando pela encosta da Fervença.
Não podendo ir ,deixo imagem captei antes do confinamento.
Na freguesia de Algueirão Mem-Martins, concelho de Sintra próximo da povoação de Sacotes deparamos com um sítio denominado: A dos Ralhados, um nome invulgar de significado obscuro e sem explicação conhecida. Decidimos investigar a sua provável origem: obtivemos informações curiosas reveladoras do valor da microtoponímia para conhecer um território, as vicissitudes da sua ocupação e ler a paisagem esta quando desvelada transforma-se em "livro" precioso.
Há algum tempo escolhemos para objecto de pesquisa Sacotes, povoado antiquíssimo lugar de segredo e mistério em breve daremos conta. Percorrendo a típica e singular aldeia albergando casas de alguma rusticidade, encontrámos a "Rua dos Arrolhados" curiosamente apontada ao caminho de terra batida um dos acessos ao sítio referido no título. Analisando o sentido, pareceu-nos ser uma expressão cheia de significado, um sinal que abriu pistas que possibilitaram resolver o "enigma"toponímico.
O nome deveria ser "A dos Rolhados", não ralhados esta palavra é uma adulteração do nome primitivo."Arrolhados" seria a designação correcta. Arrolhar significa sucintamente: tapar colocar uma rolha, conter, vedar uma vasilha. Arrolhar reportado à lida com animais nomeadamente gado cavalar, quer dizer "dispor em círculo, apartar, cercar com vedação, vedar". No casal dos Arrolhados viviam os arrolhadores indivíduos cuja tarefa o "arrolhamento" consistia em controlar os cavalos no pasto e condução em manada para "cercados" onde os animais seriam contados e escolhidos para diversas utilizações. Perto encontramos nomes relacionados com equídeos: cavaleira, casal da cavaleira, moinho da cavaleira, casal dos cavaleiros a extensão das terras situadas de Sacotes até aos arrabaldes de Sintra, nos tempos recuados foram aproveitadas para criação de cavalos devido a abundância de água e pastagem: as "cavaleiras". Os nossos antepassados habitantes de A-dos-Arrolhados, exerciam uma actividade similar aos "cow-boys" celebrizados nos filmes de Hollywood.
Sacotes é uma localidade da Freguesia de Algueirão Mem-Martins, no concelho de Sintra. Situa-se numa colina sobranceira ao Algueirão (pântano), que depois de drenado permitiu a construção da Base Aérea nº1. Os terrenos desta infra-estrutura aeronáutica faziam parte da Granja do Marquês e onde esteve instalada a Escola Agrícola de Sintra. Alguns dos habitantes de Sacotes eram trabalhadores naquela propriedade, que pertenceu ao Marquês de Pombal.Sacotes é povoação antiga, no século XVIII, segundo a "CINTRA PINTURESCA" tinha 11 fogos.
Até 1974, o aspecto da aldeia seria idêntico ao de muitas povoações similares do interior do País, apesar de Sacotes ficar a 20 quilómetros de Lisboa, "as casas térreas ainda em muitos casos mostravam a pedra à vista, com um cunho de ruralidade que o tempo alterou devido à construção de muitas habitações "modernas".Do tempo em que Sacotes era um sítio de agricultores e pastores, resta um humilde CRUZEIRO, cujo despojamento confere um encanto propício à meditação no Sagrado.
Sobre um bloco de mármore toscamente aparelhado, de cor ligeiramente rosácea, está uma singela cruz de pedra, o conjunto foi colocado no largo da povoação desprovido duma envolvênciaque o cruzeiro merecia. Sem artefactos alterando a rusticidade dos materiais estamos perante um símbolo, místico, sem ostentação, singelo enfim, com a grandeza sublimedas coisas SIMPLES.
O cruzeiro de Sacotes é um dos encantos desta Sintra onde temos o privilégio de habitar. Os que denigrem a nossa terra fazem-no por despeito ou desconhecimento das singularidades que desfrutamos.