A situação de ausência de pluviosidade faz lembrar o samba canção "tomara que chova",gracejo a parte,estamos perante calamidade se entretanto no prazo de um mês,não vier chuva abundante.
Aqui no nosso cantinho há sinal, como nunca presenciei por estas bandas,demonstrativo da preocupante situação.
A ribeira de Fitares,na Rinchoa, Rio de Mouro,Sintra; assim denominada porque seu curso atravessava extenso filictum,ou seja sitio onde há e crescem fetos, ainda tem na sua margem muitas plantas desta espécie,
Como sabemos o feto,apresenta perene cor verde,nomeadamente quando cresce junto a locais húmidos.
Observando a margem do curso de agua a montante da ponte junto ao complexo desportivo,verificamos,acompanhando completa falta de agua correndo no leito da ribeira,fetos do talude da margem, nesta altura do ano, já secaram.
A raridade desta ocorrência é preocupante.Estamos sem duvida perante um quadro de seca extrema.Oxalá passe depressa, para nosso bem e retorno da beleza da ribeira.
Há quinze dias ouvíamos com algum enfado sábios especialistas,em todos "fóruns" dissertar acerca das consequências futuras da falta de chuva, inércia governamental, para tomar medidas adequadas.
Seria bom as pessoas meditassem nisso para deixarem de acreditar quem promete devir radioso em vez de proporcionar presente condigno.Afinal assolaram Portugal numero inesperado de " tempestades " e seca deve ter acabado.
As denominadas " ribeiras do ocidente " nas quais se incluem as do concelho de Sintra, correm directamente para Atlântico,estavam literalmente, sem " pinga de água ".
Percorrendo a costa sintrense de sul para norte as mais importantes são : Rio da Mata, rio do Louriçal ,ribeira da Ursa, rio da Maceira, ribeira de Colares,rio de Fontanelas,ribeira do Samougueiro, ribeira do Açougue, ribeira da Samarra,ribeira do Falcão . Verifiquei, as ultimas chuvadas, repuseram caudal daqueles cursos de água.
Podemos afirmar, neste cantinho ocidental,observamos de novo normalidade hídrica, apesar do Inverno começar hoje.
No trabalho, publicado em Abril do ano passado, referimo-nos á fonte pública da Rinchoa,situada na rua da fonte. No entanto o primitivo, ponto de abastecimento público, de água na Rinchoa assentava num outro quadrante da geografia Rinchoense, bem no centro da "velha Rinchoa" como denominava Leal da Câmara.
Lembrança da "bica"está, materializada, na designação, RUA DA FONTE VELHA; artéria começa junto à Casa Museu Leal da Câmara, desce a colina passando perto do local da fonte; esta está entulhada e vedado o acesso pelo proprietário do terreno.Teimosamente continua a escorrer um fio de água. Os moradores da zona, afirmaram-nos que no fim do verão quase desaparece. Apesar de tudo ainda se ouve o som cristalino do líquido precioso, desde sempre tão escasso. Mestre Leal sabia que a magnitude do problema, exigia a execução de obras que deveriam ser da responsabilidade duma entidade com capitais para o efeito, por isso opinava:
"Competiria esta exploração à companhia das águas ,cujas funções são, juntamente estas de distribuição de águas, sua procura e expropriação. Esta companhia tem mesmo, um grande plano em vias de execução e que deve alcançar esta região em 1945 ou 1946". Infelizmente estas obras seriam concretizadas nos anos 80 do século XX, quando a população havia triplicado. Por causa daquela demora as faltas de água no concelho de Sintra eram quotidianas. As conclusões do Congresso de 1944, realizado no antigo casino da avenida dos plátanos, actual colégio; acerca deste tema, foram: "Que os munícipes da Rinchoa e das Mercês se juntem à comissão de iniciativa para pedirem providências à Câmara Municipal afim de que estas povoações sejam abastecidas de água, no mais breve prazo possível.
Que a Câmara Municipal tome disposições necessárias para que a fonte pública (velha) não seja privada de água". Sabemos que as conclusões não foram atendidas com rapidez, aliás como é hábito em Portugal. Rodrigues Migueis de forma magistral fixou esta pecha dos nossos governantes: Em Portugal tudo chega atrasado, o progresso a civilização e...o caminho de ferro.