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Tudo de novo a Ocidente

FEIRA DAS MERCÊS TRADICÃO E MODERNIDADE

Chegado o mês de Outubro era tempo das pessoas da cidade e território envolvente, "mundo saloio", alfuirem a feira que desde 1780, conforme real decreto da Rainha de Portugal, Dona Maria I, se realiza no 3º e 4º Domingos do mês de Outubro.

Esteve quase a desaparecer, no entanto graças ao empenho da Câmara Municipal de Sintra e das Juntas de Freguesia de Algueirão Mem Martins e Rio de Mouro a tradição manteve-se.

A Feira era a mais importante de todo o distrito de Lisboa. A concorrencia de pessoas originou que quando foi construído ramal ferroviário do Cacém para Sintra, a estação das Mercês ficasse preparada para receber comboios especiais e funcionasse como estação terminal. Nos dias de Feira chegavam a partir da estação do Rossio em Lisboa sete comboios, além dos normais, o movimento originava formação de "bichas" dos passageiros ao saírem das composições.

O tradicional "muro do derrete" ou a "sala dos namorados", sempre muito concorrido, ali as moças sentadas, esperavam que os rapazes cheguem a fala e combinassem casamento, esta particularidade chegou até a década 1940.

A feira era local de diversão e "comes e bebes", a deliciosa carne de porco às mercês cortada directamente dos porcos esquartejados no local servia-se em tachos de barro. Durante muito tempo diversas figuras populares, tiveram nomeada:

O homem dos bigodes oriundo do Seixal, actor Carlos Velez teve restaurante e barraca de farturas.O "Pata Larga" dominava o negócio das louças. O "Jaime " do carrossel e muitos outros davam colorido e fama ao certame.

Tal como ainda hoje terminava com missa na ermida e procissão pelo recinto. A feira modernizou o "look", sendo  tradição genuina da região saloia, merece uma visita.

 

Moinhos de vento de água e de sangue

No rotineiro costume de comemorar o dia de... tivemos no pretérito fim de semana, e supomos igualmente hoje, chamada de atenção para os moinhos referindo os aspectos económicos culturais e paisagísticos de tais engenhos.

Os moinhos são compostos por duas mós sobrepostas, movidas pelo vento, água electricidade e força do braço humano. O primeiro denomina-se moinho de vento está conotado com as aventuras delirantes de D. Quixote de la mancha, magistral criação de D. Miguel de Cervantes. As eólicas moendas adornam o cimo de cerros e colinas onde o sopro dele é intenso. Existe exemplar deste tipo bem perto no sítio de Mira Sintra.

O moinho de água no norte e centro de Portugal onde o domínio romano foi vincado é tocado por rodízio de madeira provido de palhetas onde bate a água,conduzida por intermédio dum cano normalmente recebendo água duma levada, no sul de Portugal as mós são accionados por uma roda exterior movida pelo peso da água, aqui o moinho toma a designação de azenha. No município de Sintra existe um moinho de água na praia da samarra.

Outro modelo de moinhos de água são chamados de maré, impulsionados pela alternancia da baixa e praia-mar. Encontramos esta forma de engenhos no concelho do Seixal, margem esquerda do rio Tejo defronte a Lisboa, e Lagoa no Algarve sítio das fontes, margem esquerda do rio Arade a montante da cidade de Portimão.

O antigo moinho de "sangue"  utilizava-se no Algarve movido por braço humano daí o nome, ainda se econtra nas aldeias do Atlas magrebino, este moinho estroçoava o milho, para  alimentação permitindo confecionar, papas de milho(carolos) e "xerém".

Os moinhos motivaram lendas e provérbios cuja origem radica em tempos antigos no vocabulário quotidiano as referencias ao acto moer são frequentes: "as dificuldades do dia a dia moem-nos o coração sem descanso", moer significa também: amassar, calcar, pisar, machucar. Que tipo de moinho será este que nos mói de dor e desesperança,neste molestoso ano de 2014?

 

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