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Tudo de novo a Ocidente

ACERCA DE UM " CAMINHO DA MISSA"

O caminho por onde  habitantes dos lugares de Covas, Serradas, e casais próximos, se deslocavam a igreja Matriz da freguesia de Rio de Mouro, afim de assistirem a Santa Missa, acerca do qual já escrevi neste espaço;foi motivo de querela judicial, motivada  de não cumprimento de um legado,de família aristocrática,da região.

Sucintamente,contamos em poucas linhas o que se teria passado, no século XVIII,fazendo fé em documentação,guardada no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, foi o seguinte:

Desde inicio de abertura ao culto da igreja  matriz, por volta de 1563,os moradores da zona ocidental da freguesia,tinham dificuldade na deslocação ao templo,sobretudo no Inverno quando a Ribeira, tomava muita agua, ausência de uma ponte dificultava cumprimento dos deveres eclesiais.

No Inicio do século XVII, proprietários de opulenta quinta situada entre as localidades de Covas e Serradas, permitiam aos vizinhos ouvirem missa na capela, entretanto haviam construido junto a casa da quinta.

E assim se manteria ao longo de sucessivas  gerações até ao falecimento sem descendencia, dos donos da quinta nos  finais do século XVIII.

Para acautelarem a tradição da missa deixaram a Misericórdia da vila de Sintra, meios para pagarem  capelão que celebrasse a missa.

Como aquela instituição se descuidasse no pagamento,a missa na capela da quinta acabou.

Os moradores queixaram-se do facto ao Juiz da Comarca, este atendendo, segundo a Misericórdia, o dinheiro não dava para cumprir o legado, determinou  fosse construido caminho, e ponte sobre a ribeira, em condições dos fieis poderem aceder a igreja sem dificuldade.

Assim com colaboração de alguns proprietários das redondezas, principalmente os da quinta do Pinheiro, surgiria o denominado Caminho da Missa , ainda hoje existente; a Junta de Freguesia,ultimamente, tem em trabalhosde recuperação.

Documento que originou a querela.

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Traçado do caminho

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ILUSTRE E SANTO MISSIONÁRIO DA COMPANHIA DE JESUS SINTRENSE NASCIDO EM RIO DE MOURO

Sintra foi berço de gente ilustre: reis, militares, navegadores, artistas, políticos e também missionários. Merece ser referido, uma glória da Companhia de Jesus,na saga de difundir no Oriente a fé cristã.

A igreja paroquial de Rio de Mouro, mandada erigir em 1563, por iniciativa do cardeal Rei Dom Henrique,personalidade próxima das actividades dos Jesuítas.Talvez, devido a essa particularidade encontramos no século XVII,vários jovens naturais da freguesia de Nossa Senhora de Belém , do lugar de Rio de Mouro , que ingressaram na Companhia fundada por Santo Inácio de Loyola.

Destacou-se dessa plêiade de jesuitas , Diogo Vidal , Padre formado no noviciado de Lisboa. Partiu para o Extremo Oriente em 1684,com destino a Macau,onde vivia em 1692.Dali deslocou-se a Tonquim no sul da China, em 1694,nomeado vigário daquela cidade por ordem do bispo de Macau D. José Casal.

Passou inúmeros perigos e sacrifícios ,nas viagens para difundir o evangelho, e  converter  ao cristianismo gente daquelas paragens.Regressando a Macau,e desde Maio 1698, ensinou teologia no seminário da diocese.

Partiu posteriormente para Goa. Veio a Portugal , depois a Roma sede da Companhia,  voltou para Extremo Oriente.Na viagem de retorno a Roma do Oriente (Goa),o barco entrou nas terríveis calmarias equatoriais,  sem vento a nau, permaneceu a deriva no golfo da Guiné, passageiros adoeceram, quase todos,alguns faleceram , incluindo o Padre Diogo Vidal, fim de Maio ou principio de Junho de 1704, não havendo certeza da data.

O nosso conterrâneo viveu e morreu com fama de santidade, durante a vida procurou ser sempre justo e bom cristão, segundo rezam as crónicas.

Diogo Vidal , nasceu a 23 de Abril de 1660, , baptizado  6 de Maio do mesmo ano, na igreja paroquial de Rio de Mouro, cerimónia presidida pelo pároco Sebastião Duarte;era filho de Domingos dos Santos e Maria Silveira,viu pela primeira vez a luz do dia no lugar das Serradas, foram padrinho, Simão Fernandes de Albarraque, e madrinha, sua irmã Mariana Silva.

Rio de Mouro ,pode orgulhar-se deste filho, Sintra deve honra-lo,e ser apontado como exemplo a seguir.Contribui para seja mais conhecido, cumpri o meu dever.Deixo imagem do lugar do nascimento de Diogo Vidal

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EFEMÉRIDE IMPORTANTE- ( 1996 - 2016)

Cumpre-se este ano, vigésimo aniversário da declaração de interesse concelhio, atribuído à igreja paroquial de Rio de Mouro concelho de Sintra, Área Metropolitana de Lisboa. O templo edificado na povoação durante séculos sede da freguesia, actualmente denominada "Rio de Mouro Velho", é exemplo interessante de arquitectura religiosa de cariz rústico.

A Nossa Senhora de Belém, escolhida como padroeira, pelos frades da ordem de São Jerónimo, porque dedicavam à Virgem, grande devoção. Os monges Jerónimos, proprietários das terras das redondezas, cujos cultivadores eram foreiros do Mosteiro da Penha Longa , onde os frades, possuíam convento.Aqueles monges se ficou devendo a construção, no século XVI. época que governava  Reino de Portugal o cardeal Dom Henrique.

A igreja e fábrica de estamparia de lenços e chitas que laborou durante cento ciquenta anos, dinamizaram o desenvolvimento económico e social do burgo. Dista escassos vinte quilómetros do centro de Lisboa, no entanto a sua observação remete-nos  para lugar longínquo.

A foto inédita, obtida a partir do caminho que habitantes de localidades circundantes, designadamente,Covas,e Serradas seguiam nas deslocações a igreja Matriz, para assistirem á missa de Domingo, ilustra a ruralidade do edifício.

A declaração de interesse concelhio, publicada no Diário da República de 6 de Março de 1996,  tem o teor seguinte: 

"Classifica-se como valor concelhio , a igreja de Nossa Senhora de Belém , matriz de Rio de Mouro,no Largo do 1º de Dezembro, e Rua de Joaquim Correia de Freitas, Freguesia de Rio de Mouro.

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Imagem de Nossa Senhora de Belém,existente na Igreja de Rio de Mouro, levada solemente no seu andor durante  procissão que anualmente se realiza em  Julho , e percorre as ruas de Rio de Mouro Velho e Paiões.

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