Em toda geografia de Portugal,deparamos topónimos com designação "Sobral",normalmente, associados a outro nome. Na região saloia, recordo Sobral da Abelheira, Sobral de Monte Agraço,entre outros.
No concelho de Sintra, abundam de modo isolado ou em povoamentos, com numero significativo, milhares de sobreiros e carvalhos, sabemos, pertencem a mesma " família botânica ".
Na freguesia de Rio de Mouro, no seguimento da vetusta Quinta das Sobralas, é possível observar, exemplares de sobreiras ficaram depois do arroteamento das terras adjacentes, para cultivo:
Imagens de sobreira e um carvalho, na primeira, visível o numero indicando a próxima extracção de cortiça.
Tudo isto podemos observar bem no coração de zona urbana, da área Metropolitana de Lisboa, no alfoz da muito antiga freguesia de :
Paiões situada no concelho de Sintra, Freguesia de Nossa Senhora de Belém,de Rio de Mouro. Investigando no sentido de conhecer com grau de confiança a história desta região onde habito há quatro década,fui consolidando ideia acerca da importância coeva desta localidade.Finamente, posso afirmar estribado em factos comprovados, Paioes foi sitio dominante desta zona do Município Sintrense, no periodo da alta idade média.
Século XVIII António Caetano do Soveral Barbuda personagem importante, relacionado com o Monteiro - Mor do Reino e Marquesa de Penalva aparece proprietário da Quinta de Paiões,aprofundada a pesquisa na senda da família "Barbuda", descobri:No reinado de Dom.Afonso V,como sabemos nasceu em Sintra, neste reinado dizia,um tal Fernão Dias da Barbuda,2º senhor do Paço de Barbuda existente na "quintã do urgeiro", que apurei não ser "urgeiro" mas "urmeiro", actualmente diz-se Ulmeiro.todavia no concelho de Sintra temos ainda o casal do "urmal".Este paço estava onde foram construidos supermercados a igreja paroquial do Cacém , e se realizava feira do Cacém, precisamente na Quinta do Ulmeiro, propriedade de empresa de construção civil do concelho.
Fernão Barbuda, casou com Beatriz do Soveral , herdeira da quinta de Paiões,filha de Miguel do Soveral , fidalgo da Casa Real , 1º senhor da Quinta de Paiões, em Sintra, nesta data não existia freguesia de Rio de Mouro , todo território estava integrado em São Pedro de Penaferrim.Do enlace surgiu em Paiões ramo familiar " Soveral Barbuda.
Quando em 1563, Cardeal Dom Henrique decidiu mandar construir a igreja Paroquial, não poderia ter feito em Paiões porque ser terra Senhorial, a igreja seria "levantada" onde está porque era terreno do Convento da Penha Longa, Ordem de São Jerónimo, a qual Dom Henrique pertencia .Nesse tempo a igreja ficava num ermo, as casas circundantes vieram depois.
Fica registado sem dúvida a importância económica social e política de Paiões, e o motivo porque a freguesia não terá sido denominada "Paiões".
Infelizmente "iluminados" escrevem banalidades acerca da região nunca referiram carácter Senhorial da Quinta de Paiões.Espero a partir de agora se aprofunde esta temática partindo das achegas aqui deixo.
A família Soveral Barbuda,vai juntar-se por matrimónios, a família Campos de Andrade donos Quinta do Pinheiro,e constituir-se poderosa e rica; acabaria mal , no meado do século XIX, isso ficará para outra altura.Por hoje, honra e prestigio para antiga e senhorial terra de Paiões
Ilustro texto com assinatura de um Soveral Barbuda proprietário da Quinta das Sobralas,propriedade estava integrada no antigo Senhorio....
Imagem de Nossa Senhora de Belem padroeira da Freguesia de Rio de Mouro
Numa insigne quinta de Rio de Mouro, das Sobralas, Município de Sintra , nasceu 19 de Janeiro de 1938, Excelentíssimo e Reverendissimo Senhor Cónego, António da Franca Mello Horta Machado Marim, actual pároco da paróquia lisboeta, de Nossa Senhora da Lapa , Reitor residente da Basilica da Estrela, evocação do Sagrado Coração de Jesus.Iniciou actividade pastoral ,na Companhia de Jesus, ordenado sacerdote na Sé Patriarcal de Lisboa, a 29 de Junho de 1969,licenciado em Filosofia, Teologia,e catequese Pastoral, este ultimo obtido na Bélgica, paroquiou diversas igrejas da cidade de Bruxelas. Regressou a Portugal, nomeado Director do 3º ciclo do Colégio de São João de Brito.Tendo em 1984 deixado os Jesuítas, integrou Patriarcado de Lisboa, designado pároco coadjutor da Igreja de Nossa Senhora dos Anjos.
Investido pároco da Amadora, em 1987 depois 1995 da Falagueira , em 1996 , titular da Vigararia da Amadora. Sr, Cardeal Patriarca D.José Policarpo escolheu-o para cónego do Cabido da Sé Patriarcal.Posteriormente,seria designado Vigário Geral do Patriarcado de Lisboa, prior de São Vicente de Fora,e da Graça.Ao ser nomeado para a Paróquia onde actualmente exerce acção pastoral, desligado da função de Vigário Geral.
Reverendíssimo Cónego, é igualmente, capelão das Escravas do Sacratíssimo Sacramento do Real Mosteiro de Nossa Senhora Da Encarnação da Ordem Militar de Avis, Reitor da Capela de Nossa Senhora dos Milagres, Reitor da Capela do Senhor Jesus dos Navegantes e de Nossa Senhora da Caridade,Reitor da Igreja do Mosteiro de Nossa Senhora da Encarnação.Capelão da Ordem Militar de Malta,Capelão emérito da Real Irmandade do Senhor dos Passos da Graça.Assistente diocesano da União Noelista.
Foram seus pais João Carlos da Franca de Horta Machado, e Dona Maria Teresa Leite Pereira de Mello e Alvim Ferreira Pinto Basto, senhores da Quinta onde nasceu.
Cónego António da Franca de Melo Horta Machado (Marim), é titular sendo Conde de Alte, conde de Marim e, conde de Salir.
Presente ano de 2018, corresponde ao octogésimo da sua longa e proveitosa vida; figura de relevo nacional muito honra rincão onde nasceu.
A mui antiga freguesia Nossa Senhora de Belém em Rio de Mouro, erecta por vontade dos frades da ordem de São Jerónimo do Convento da Penha Longa, donos e senhores da maior parte das terras da região, foram ao longo dos séculos aforando e vendendo propriedades depois transformadas em opulentas quintas pelos seus proprietários.
Até criação das freguesias de Algueirão Mem Martins e Agualva Cacém, década de 50 do século XX, Rio de Mouro foi a mais povoada e rica de todas as freguesias do termo da Vila de Sintra.
O território de Rio de Mouro fértil, coberto de valiosas florestas, além da beleza forneciam lenha indispensável ao dia a dia dos moradores.
Um prova ficou na toponímia em Rio de Mouro as quintas mais ricas ostentavam e algumas ainda ostentam nomes de árvores e vegetação: Quinta das Sobralas, Quinta do Olival, Quinta do Ulmeiro, Quinta do Pinheiro, Quinta do Zambujal,Quinta de Fetares (hoje Fitares), Quinta de Entre-Vinhas e outras que porventura existem e não lembro.
Rio de Mouro é um belo sítio para viver, mal grado opinião de ilustres "novos ricos", além do dinheiro nada podem revelar. "Deus os ajude e a nós que não nos desampare ", sentença sábia da nossa querida avó materna.