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Tudo de novo a Ocidente

Relógio de Sol

O sol tem influência em todos aspectos da vida humana,fonte de calor e luz, razão da nossa existência, sem irradiação solar vivificante a vida seria impossível. Nas comunidades rurais do hemisfério norte durante séculos o ritmo das sementeiras e colheitas, acompanhava o ciclo do movimento anual aparente do astro rei.

O equinócio da primavera,alertava para a premência das sementeiras, os dias começam a crescer, a luz solar permite aproveitar melhor os dias. No começo do Verão o solstício, uma "pausa" para preparar a colheita, escolher onde acondicionar o produto do labor, passados os calores estivais, na entrada do Outono outro equinócio marca a descida do sol no horizonte a noite escura e fria volta a ganhar em duração ao dia luminoso e quente, altura de fazer balanço do resultado do ano agrícola. Finalmente o solstício do inverno, outra ocasião em que o sol parece deter-se por momentos, os povos receavam que as trevas continuassem a progredir no entanto a luz vence. Os dias principiam a proporcionar maior período de claridade o  sol no centro do cosmos eleva-se de novo e retorna a alternância eterna das estações,periodo de esperança no porvir.

A luz solar possibilitou medir o tempo,recorrendo ao avanço da sombra dum instrumento cravado sobre uma pedra na qual se gravavam as horas. Este dispositivos denominam-se relógios de sol.Outrora em grande número restam alguns exemplares como este datado de 1856 e visível "empoleirado" no beiral do telhado da capela de Nossa Senhora da Consolação, lugar de Assafora,termo de S. João das Lampas no município de Sintra, distrito de Lisboa, sítio  dos mais ocidentais do território de Portugal. Quem sabe o relógio solar mais a oeste da Europa continental, ainda a funcionar? É possível verificar a hora que obtivemos a imagem...

 

POEMA DE DOMINGOS MAXIMIANO TORRES (ALFENO CYNTHIO)

Como complemento do que escrevemos sobre o grande poeta nosso conterrâneo,em anterior post, gostariamos de partilhar uma écloga que escreveu na década de 80 do século XVIII, e no qual "canta" o Rio de Mouro, termo da Vila de Sintra.

 

PRIMAVERA

Ecloga VI - Alfeno e Frondoso

 

Agora que a viçosa Primavera

alcatifa de flores as campinas

e enrosca aos ulmos a flexível hera;

Te não sentas aqui,caro Frondoso

junto ás águas do Mouro cristalinas?

                                                                      

vê no roixo oriente o sol formoso

por entre as rotas nuvens chamejando

rasgar a noite o manto azul pomposo

vê os pinheiros surdos sussurando

 

Os zefiros brincões, e desta fonte

as prateadas linfas encrespando

verdeja em torno o bosque,o vale e o monte

serena a manhã vem,nem denegrindo

estão as grossas nuvens o horizonte

                                                                                 

Quando o sol mais ardente subindo

desta faia as Napeias* consagrada

amena sombra está sempre caindo

entrega Melibeu tua manada

ou por esta ribeira à minha unida

 

irá pascendo a grama rosciada

tudo aqui a recreio te convida

o rio murmurando,e prado hervoso

que a mão remoça da estação florida.

 

Um sugestivo poema que retrata o caracter campestre que dominava os nossos sítios no século XVIII,e onde na actualidade se conservam muitos vestígios,nomeadamente, bosquetes de pinheiros mansos, e numerosos ulmeiros na margem do rio Mouro.Sem dúvida   um dos  belos rincões do Ocidente Português.   

 *Ninfas dos bosques e dos prados

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