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Tudo de novo a Ocidente

CAMPO ARREDOR DE SINTRA - DESCRITO POR FORASTEIRO EM 1906

Padre António Maria Rodrigues, natural de uma aldeia no concelho de Arganil.  distrito de Coimbra ; durante 30 anos, capelão professor e regente do colégio  escola profissional, da Quinta Regional de Sintra,  instalada na Granja do Marques, onde está Base Aérea nº1, e na Tapada das Mercês,  propriedades alugadas a herdeiros da Casa Pombal.Escreveu opúsculo intitulado " Apontamentos acerca da Agricultura em Portugal ",onde podemos colher preciosas informações sobre características agrícolas do campo no concelho de Sintra, principalmente, na Granja e campos envolventes.Datado de Maio 1906,  em parte reproduzo, actualizando a ortografia, conservando a grafia " CINTRA " porque gosto muito.

"Dois ramos da industria são característicos de Cintra; a confecção das famosas queijadas,e a venda de flores. Em Colares 7 quilómetros ao poente de Cintra,produz-se saborosa fruta, excelente vinho de pasto e obras de verga; mas este vinho conhecido em todo país e mesmo no estrangeiro, raras vezes se encontra no seu tipo genuíno, a não ser em casa do lavrador.

As grandes pedreiras de mármore em Pero Pinheiro , Lameiras ( ... ), constituem a principal fonte de riqueza do concelho ." 

Nesta época, qualidade do vinho de Colares, adulterada pela ganancia dos produtores, sabendo da facilidade de venda dos " caldos " colarejos,iam martelando a produção afim de venderem mistelas , desprestigiando a cada vez mais o vinho. A criação da Adega Regional de Colares, e acção do Dr. Brandão de Vasconcelos, permitiram  inextremis salvar a renome  do néctar das vinhas de Colares.O mármore já em 1906, principal fonte de riqueza do concelho.Continuando ,  Padre Rodrigues escrevia :

O visitante, ao retirar-se de Cintra,pela estrada de Mafra, notará logo de 2 quilómetros de distancia,o contraste que existe entre a pujante vegetação  do lugar que deixou e o aspecto desagradável do campo que vai descobrindo.

Aqui não só a vegetação nos matos é raquítica, mas as próprias árvores que orlam a estrada ( freixos, olmos, e choupos ), são mal  conformadas, inclinando-se para o sul, fustigadas pelo vento, quase permanente esta região.

A nortada, nossa conhecida, já na altura, "o pão nosso de cada dia"...

Os terrenos da lavoura,depois de realizadas as ceifas de trigos ou favais que são a cultura geral entre os saloios, apresentam uma vista escura, triste, alternando com grandes montes de pedra de algumas pedreiras abandonadas ou em exploração.

A figueira e a ginjeira, são as árvores frutíferas, melhor resistem, a macieira, e a pereira, estendem -se ao abrigo dos muros, acima dos quais não conseguem passar.

A água é muito calcária, a gente bastante laboriosa e morigerada, mas ainda ignorante.

 Referencia as pereiras em " bardo " e abundantes, corroboram  significado e origem da minha investigação acerca do topónimo Rinchoa.

Termino reafirmando interesse e beleza do texto , permite conhecer melhor a evolução campesina da nossa terra.

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RIO DE MOURO - SÍTIO DE TRADIÇÂO POMBALINA

Existem em Portugal, localidades, ligadas à vida privada ou acção política do Marquês de Pombal de modo relevante, e merecem ser denominadas "terras pombalinas", no Concelho de Sintra, Rio de Mouro é uma delas onde o Marquês possuía vastas propriedades, trajecto entre o palácio em Oeiras e  Quinta da Granja, passava por aqui. Hoje ainda podemos encontrar o traçado da "estrada Marquês de Pombal". A tapada das Mercês e  capela de Nossa Senhora das Mercês,estão situadas no território antigo da freguesia de Rio de Mouro. O terreiro da Feira das Mercês, foi destacado das terras da Casa Pombal.

 

A quinta do "Scoto" e pinhal adjacente eram também de sua pertença. Consta  antes de seguir para o exílio na vila de Pombal, quando foi demitido do cargo de ministro do reino, o Marquês passou alguns dias na quinta do "scoto" ou do "escoto". Curiosamente Domingos Maximiniano Torres, nasceu na quinta de Entrevinhas,contigua .

 

Oh Peregrino, que olhas respeitoso.

O heróico busto em bronze relevado

Se saberes queres, do que está gravado

nos nossos corações, o nome honroso

 

Pergunta ao Luso Povo venturoso

Quem o antigo quebrou grilhão pesado

Em que o teve a ignorância aferrolhado

Por mãos do fanatismo sanguinoso.

 

Quem d´entre as cinzas fez surgir princesa

Do mundo Elysia, e de esplendor a veste

E o comércio anima e as artes preza

 

Quem extirpou da hipocrisia a peste

Ah! sublime CARVALHO, nesta empresa

os passados heróis, e a Ti venceste

 

Ilustre e consagrado participante no movimento da "Arcádia Lusitana", o Bacharel Domingos Maximiniano Torres, natural de Rio de Mouro, devotado seguidor das ideias do Marquês, dedicou-lhe o soneto acima reproduzido, a propósito da colocação do busto em bronze, de Sebastião José de Carvalho e Melo na estátua equestre de D.José I, inaugurada  na Praça do Comércio em Lisboa, dia do aniversário do monarca, 6 de Junho de 1775.

 

Domingos Torres admirador do Marquês de Pombal; isso foi uma das causas da prisão do poeta, quando o seu "idolo" caíu em desgraça, viria a falecer no Forte da Trafaria. Por tudo Rio de Mouro, conforme nossa "deliberação" será a partir de hoje: "SÍTIO DE TRADIÇÃO POMBALINA".

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