PERSONAGENS ILUSTRES VIVERAM EM SINTRA - VISCONDE DE OUGUELA
A vila de Sintra,durante dilatado tempo, local de residência permanente ou sazonal de personalidades importantes da sociedade portuguesa.A memória de algumas foi perpetuada em artérias do município sintrense, quantas pessoas associam o nome da placa toponímica, a vida e obra do "homenageado" ?
Um exemplo é o Visconde de Ouguela de seu nome Carlos Ramiro Coutinho, natural de Lisboa onde nasceu no dia 30 de Julho de 1828, faleceu repentina e inesperadamente na mesma cidade 5 de Janeiro de 1897.
Grande proprietário e capitalista, escritor , licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra.No concelho de Campo Maior , onde está situada a aldeia de Ouguela, antiga praça forte de defesa da fronteira com Espanha,possuía grandes extensões de terra, interessou-se pela sorte dos habitantes de Ouguela, os quais auxiliava generosamente.talvez por isso , o rei D.Luis , agraciou - o com titulo.
Em Sintra possuía casa , actualmente ,habitação de turismo local,situada junto a estrada que desce de São Pedro de Penaferrim para Vila Velha.
Culto e progressista, acusado e preso , de ser revolucionário e republicano; membro da maçonaria,ajudou organizaçoes de auxilio ao operariado.
Postumamente foi publicado o seu livro " O ULTIMO CARRASCO ",onde acerca das condições de vida do povo português ao longo dos tempos,escreveu.
"na vida campestre emparelhava com o boi , inventariava-se entre as alfaias da oficina rural(...), na sociedade urbana era o operário - mal ensinado, parcamente retribuído,entregue a si e aos próprios e escassos recursos, sem lição nem modelos, sem estímulos. sem auxilio e sem mercado vasto e animado para os produtos da sua industria(...).E o povo vivia assim - submisso e reverente- porque as misericórdias , irmandades, confrarias e ordens monásticas de todas as categorias e religiões mitigavam a miséria publica com o caldeirão da sopa fradesca, generosamente distribuída na portaria dos conventos. Ensinava-se oficialmente um povo inteiro a ser mendigo, por isso que a caridade em tais condições mais aproveitava aos ociosos e vagabundos do que aos enfermos e verdadeiros indigentes"
" Decretava-se a mendicidade como dogma . Eram o pauperismo,a ociosidade e a degradação humana nobilitados pela igreja.E em alguns dos amplos e lajeados claustros e vastas escadarias dos cenobios havia aula publica de humildade ignóbil, de torpe vadiagem e de crimes até. O fanatismo é sempre audacioso e truculento.
Vivíamos assim ".
Carlos Ramiro Coutinho, homem de ideias avançadas, desejava um País mais justo e fraterno morreu na força da vida. Parece em Portugal tudo aquilo que é inovador e esperançoso tem de ser aniquilado depressa, não vá resultar....
A artéria sintrense, ostenta nome de Visconde de Ouguela, são humildes escadinhas. Aqui para nós o Homem merecia uma avenida.