O Município de Sintra, segundo mais populoso do Pais, estende-se por um território de cerca 400 quilómetros quadrados de área. Tão amplo espaço , dificulta acção dos responsáveis autárquicos, no sentido de suprimir as carências, ainda deparam, e torna mais problemático o quotidiano da pessoas.
Esta evidencia, não justifica tudo;executivos camarários no tempo da ditadura Salazarista, foram confiados amigos do regime, maioria dos casos sem competência nem ideias de progresso para o concelho.
Cerca 60 anos numa época em que deveriam ser lançadas bases dum ordenamento do território e programadas infra-estruturas, coincidentes com a categoria administrativa, de " município urbano de primeira classe ", executivo camarário, edilidade liderada por gente importante,cheia de vaidade, vazia de propostas para desenvolvimento Municipal,fazia inaugurações, próprias de município do interior profundo, e não de uma autarquia as portas da Capital do Império.
O pessoal empregado na câmara maioria impreparado, algumas vezes, recrutado por compadrio , e benevolência dos detentores do poder.
Muitos dos colaboradores, conheciam somente a vila, e pouco mais além disso. Aos pais sucediam filhos, assim " cantando e rindo ", os problemas existentes avolumavam-se; outros iam surgindo como caso do aglomerado de génese ilegal de Casal de Cambra, maior " bairro clandestino da Europa ", medrou não com apoio declarado, mas com complacência dos " senhores da terra",
A noticia do Jornal de Sintra é elucidativa, ajudando a compreender, como ainda actualmente , temos problemas, já não subsistem noutro município da Grande Lisboa.
O conjunto urbano da Freguesia de Massamá no Concelho de Sintra, está edificado sobre terrenos de grande aptidão agrícola, que a construcção imobiliária, infelizmente destruiu. Durante séculos este pedaço da grande Lisboa, foi zona de quintas,uma das quais a QUINTA DO PORTO, pertenceu no século XIX ao Visconde de Azarujinha. No perímetro do "porto" existiam as propriedades do "cerrado do galego, almarjão de cima, almarjão do brejo, terra da carapuça, terra da barraca, terra da mata". Além destas detinha a "terra da gorda" no sítio da barota (actual Massamá norte).
Não se pense que estes prédios rústicos eram do Visconde da Azarujinha desde tempos imemoriais, nada disso, os bens vieram à sua posse na qualidade de herdeiro universal de sua mãe Dona Libania Carlota de Freitas que os comprou a António Gonçalves Lobato, conforme escritura de 26 de Novembro de 1870.
O visconde de Azarujinha de seu nome António Augusto Dias de Freitas, nasceu a 15 de Fevereiro de 1830, em Lisboa, filho dum abastado comerciante, António Dias de Freitas e da Senhora acima citada. O titulo de visconde foi mercê de EL-REI D. Luís dada em 2 de Agosto de 1870, mais tarde seria Conde com o mesmo título. Foi prospero empresário e proprietário. Membro da Câmara dos Pares do Reino, teve foro de fidalgo cavaleiro da Casa Real, por alvará de D.Luís,assinado em 30 de Setembro de 1862. Ao ser empossado membro da Câmara dos Pares Do Reino foi elaborado
o seguinte registo:
Nome:Visconde de Azarujinha
Idade:40 anos
Estado: casado
Emprego ou profissão: proprietário
Morada: Largo Conde de Pombeiro Lisboa
Contribuição paga:150$862 Réis
A contribuição paga correspondia a cerca de 10% de um rendimento colectável,ou seja um milhão e quinhentos mil réis, uma fabulosa fortuna para altura.
Massamá estava integrado na Freguesia de Nossa Senhora da Misericórdia da Vila de Belas. O senhor Lobato deve ter adquirido as terras quando da venda dos bens dos Conventos extintos pelo regime Liberal, durante séculos os donos destas herdades foram os monges do Convento de Santos-o-Novo da cidade de Lisboa. Gonçalves Lobato era também um rico comerciante, e proprietário de grandes domínios no Alentejo. A especulação fundiária que antecedeu o "boom"urbanístico no concelho de Sintra, beneficiou maioritariamente os "novos ricos" que o liberalismo fomentou, os comerciantes que dispunham de liquidez, realizaram óptimos negócios. Isto das "privatizações" foi sempre uma mina, para alguns. A Quinta do Porto, ficava ao cimo da "urbanização da quinta das flores", incluia quase tudo o que hoje se designa "Massamá" com exepção do Casal do Olival.