PEDIR A CAIXA PARA " COMPRAS " É COSTUME ANTIGO
A vereação camarária de Sintra em 1926, presidência do capitão Craveiro Lopes, futuro Presidente da República,deliberou adquirir o Palácio Valenças, e parque adjacente com propósito de aproveitar o conjunto para fins turísticos e lazer da população e transformar o conjunto em ex-libris da Vila de Sintra
Como sucedeu em muitas ocasiões em Portugal, a concretização do intento da edilidade só iria consumar-se década depois em 1936, precisamente , no mês de Julho; a Comissão Iniciativa eTurismo de Sintra, solicitou empréstimo de 600 contos,ou seja 600.000 escudos, a caixa geral de Depósitos , seria deferido pelo ministério das Finanças , através da Subsecretaria respectiva. Aquela quantia muito elevada para a época, necessitava aval da Câmara Municipal, e autorização do Ministério da tutela, o do Interior, tudo foi igualmente conseguido.
As diligências efectuadas demonstraram dificuldades financeiras do Município Sintrense, as receitas totais anuais 2.000.000 de escudos, as dívidas eram de monta, só aos hospitais para pagamento de tratamento de doentes pobres do concelho, débito rondava os 350.000 escudos.
A parte mais significativa das receitas, provinha da taxa municipal sobre comércio de carnes verdes, demonstrativo da importância da " vitela de Sintra ".
Enfim a compra do emblemático património não foi fácil, num concelho onde tudo faltava, gastava-se parte significativa dos proventos em compra " faustosa". Apesar de não terem dinheiro as autarquias recorriam a Caixa; ontem tal qual hoje quem pagaria haveriam ser os impostos.Resta acrescentar prazo para pagamento 30 anos.