Escrevemos no "post", publicado em Maio de 2014 que desconhecíamos, onde ficaria a outra aldeia, também referida como sendo "Cabra Figa". A informação que consta, no "Dicionário Geográfico" de 1751 tem o teor seguinte:
"aldeia no termo da vila de Sintra, freguesia de N.S. da Purificação de Montelavar". Decidimos investigar e deparamos, na povoação de Morelena, arredores de Pêro Pinheiro, um largo denominado "Cabra Figa". Este largo termina num penhasco, hoje coberto de vegetação constituída por carrascos e zambujos. O penhasco é o pequeno cabril ou cabra que deu o nome ao sítio tal qual ocorreu com a outra aldeia de idêntico nome assunto do "post" referido. O desaparecimento do lugar, deve ter sido consequência do surto de desenvolvimento que sofreu a aldeia de "Mourilena" nome de antigamente. Em consequência processo de transformação da zona,potenciado pela extracção de pedra,Cabra Figa entrou em declínio e, acabou fazendo parte integrante da povoação mais importante. Com o decorrer do tempo ficou, unicamente, ténue memória do sítio do qual a placa toponímica é testemunho. No decorrer do século XVII, nos registos paroquiais aparece amiúde "lugar de Cabra Figa". Este território está integrado há séculos na freguesia de Montelavar concelho de Sintra, distrito administrativo de Lisboa.
A urbanização desregrada do solo do Municipio Sintrense, teve entre outras consequências, uma que foi o desaparecimento dos olivais existentes.O ilustre Professor Orlando Ribeiro, Académico e Investigador, que viveu algum tempo em Vale de Lobos no concelho de SINTRA no seu estudo: "SIGNIFICADO ECOLÓGICO, EXPANSÃO E DECLÍNIO DA OLIVEIRA EM PORTUGAL"publicado em 1979 refere: "(...)de 1437 é um alvará régio que permite aos moradores de Sintra e Colares e seus termos...possam em seus paães vinhas OLIVAIS ortas soutos e pomares matar quer porcos monteses & ceruos que hy acharem". Esta será a mais antiga referência a olivais na região.
Na actualidade restam alguns nucleos de oliveiras e na toponímia nomes como: Zambujal, Zambujeiro e Olival que estão relacionados com a Oliveira e a produção de azeite.
Nos terrenos adjacentes a Autoestrada de Sintra, A16 a ser inaugurada até ao final deste mês, podemos encontrar muitos Zambujos.O azeite que se extrai do fruto da oliveira a azeitona, servia entre outras aplicações para iluminação. A autoestrada A16 que ligará a CREL a A5, é como uma "luz ao fundo do tunel", para melhorar a mobilidade de quem habita nos bairros mais populosos de Sintra.
Vai permitir a quem mora na Rinchoa, Mira Sintra ou Agualva por exemplo poder deslocar-se para qualquer zona de Portugal sem ter de passar por Lisboa. Além disso fará a ligação directa do concelho de Sintra ao novo Aeroporto de Lisboa através da A10 e Ponte da Leziria, sem necessidade de utilizar a Ponte Chelas/Barreiro.
Estamos no limiar duma nova era para Sintra que se perfila como uma nova centralidade naÁrea Metropolitana. As vezes diz-se que as palavras são como as cerejas, neste como as "azeitonas".