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Tudo de novo a Ocidente

VISCONDE DE BENAGAZIL - GRANDE PROPRIETÁRIO EM RIO DE MOURO

O último apontamento escrevi, revelei importância do Casal do Almarges ou dos Porqueiros. A última designação ainda existe na toponímia da freguesia onde moro, curiosamente perdeu-se ideia da antiga importância daquela propriedade.

No conturbado período do inicio do século XIX,  abastado negociante e comerciante por grosso na praça de Lisboa, António Francisco Machado, arrematou em hasta pública, no decorrer de processo polémico, pela quantia de 6.500 mil reis a propriedade.

Os herdeiros do anterior proprietário contestaram em tribunal tentando provar, o valor era  baixo, com argumento, o arrematante ser comendador da Ordem de Cristo: rico e poderoso, teria usado esse poder para comprar o "prédio " muito em conta.

A avaliação feita demonstrava rentabilidade do "Casal": compunha -se de casas nobres, pátio, lagar de vinho, com vara e peso de cantaria, cavalariças, palheiros e oficinas, pomares de frutas de espinho e caroço, três grandes tanques de nascentes privativas obra de muito valor, uma fonte de agua férrea, aprovada para exploração, terras de semeadura, oliveiras, um grande forno de cal, grandes matos, onde se retirava lenha para aquele e grande pinhal.

Terras de semeadura, produziam  anualmente, dezasseis a vinte moios de pão sendo doze de trigo, dois de cevada e dois de milho, moio equivalia a 60 alqueires, o alqueire em média eram 14 litros. A vinha produzia regularmente, cada colheita 4 pipas de vinho de 100 almudes cada (cerca de 2500 litros), o olival em ano de safra produzia duas pipas de azeite. 

Além de tudo isso,  casal abundava em erva e alguma cevada verde, o forno da cal, produzia quatrocentos, moios de cal. Segundo a querela judicial contra o arrematante os queixosos ,avaliavam a propriedade em 15.000 reis.

A compra seria sancionada,  por herança  de António Francisco Machado, passou ao  filho, Policarpo José Machado, nascido em Lisboa  em Julho de 1796 e falecido a 21 Dezembro de 1875.

Policarpo Machado, aumentou imenso a fortuna herdada: a rainha dona Maria II, outorgou  titulo de Visconde de Benagazil, nome do seu latifúndio, na zona de Alcácer do Sal, ainda subsiste actualmente.

Os filhos do Visconde, subdividiram o casal, venderam a diversos proprietários, um deles Cupertino Ribeiro, grande comerciante, iria  adquirir a fábrica de estamparia de chitas, a Filipe José da Luz, o qual também comprou propriedades do visconde próximo de Setúbal. 

Policarpo José Machado, mandou construir para recreio palácio denominado de "Benagazil" fora de portas, junto ao actual aeroporto Humberto Delgado, palácio, durante tempo utilizado como creche dos filhos de funcionários da TAP, adquirido pela Câmara Municipal de Lisboa, é sede de confederação de cooperativas agrícolas.

Quando no primeiro andar do numero 189 da Rua da Madalena, bairro central de Lisboa, faleceu  visconde de Benagazil, desapareceu e jaz no cemitério dos Prazeres, derradeiro grande proprietário agrícola da Freguesia de Nossa Senhora de Belém em Rio de Mouro, termo de Sintra. 

Pouco tempo depois, começaria a surgir a mancha da urbanização desenfreada que iria varrer vestígios da ocupação secular dos solos que agora aqui relembrei.

Dever cumprido

 

 

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